Ser voluntária em Lesbos - o
principal ponto de chegada dos refugiados à Europa.
As minhas histórias, as deles e como podes ajudar.
COMO POSSO AJUDAR?
Depois de ouvirem o que tenho a contar
sobre Lesbos, algumas pessoas perguntam-me o que podem fazer para ajudar. Eu
respiro fundo e penso cuidadosamente nas minhas palavras antes de responder. É
tão difícil de formular uma resposta coerente, correcta e livre de julgamentos
quanto a um assunto tão complexo. Os maiores problemas têm que ser resolvidos
pelos políticos: os refugiados precisam de uma opção segura para fugir da
guerra. Sabendo isso, sim, existem coisas que nós “comuns mortais” podemos
fazer.
A informação escrita aqui, muito
provavelmente, vai estar desactualizada daqui a um par de dias. É importante,
se queres ajudar, actualizares-te e pesquisares com atenção antes de dares um
passo em frente.
Dito isto, existem sites e projectos que
posso dar a conhecer para que possas fazer pesquisa e tomar uma decisão
informada sobre a melhor maneira de ajudares.
Pode parecer contraditório, mas não
percas demasiado tempo a procurar a “causa perfeita”. Se vires um
sítio/projecto que precisa de ajuda, parece-te legítimo e bom, é tempo de agir.
Muitas pessoas perdem-se com a quantidade de informação e acabam por não fazer
nada.
O melhor recurso para receber informação
actualizada é: www.refugeemap.com
Este site indica todos os pontos onde é
preciso ajuda, a sua prioridade, quem são as organizações que lá estão, como as
contactar, etc. É o ponto de partida para todos os tipos de ajuda que vou
enumerar de seguida:
- ENVIAR
“COISAS”
Existem grandes problemas quando alguém
envia donativos (em géneros), para um sítio que não tem voluntários para os
distribuir.
Antes de enviares o que quer que seja,
contacta a organização para onde vais enviar e pergunta:
1) O que é preciso? 2) Como devo etiquetar e organizar a encomenda?
Considera enviar pequenos donativos para
organizações pequenas em vez de muitas coisas para organizações grandes. É
melhor enviar muito de uma só coisa do que caixas cheias de coisas misturadas.
O tempo dos voluntários é valioso nos campos de refugiados. Muito do meu tempo
foi passado a abrir caixas e a desdobrar camisolas para ver os tamanhos, a
dobrá-las de novo e a pôr em prateleiras com etiquetas. Dar a pequenas
organizações também significa que estas podem tomar decisões mais rapidamente
(menos burocracia) e levar as coisas onde são precisas.
- VOLUNTARIADO
Não tens que te meter num avião para a
Grécia para fazeres a diferença.
Eu estou numa altura da minha vida em
que posso, mas existem muitas maneiras de ajudares os refugiados na tua cidade.
Contacta a Plataforma de Apoio aos Refugiados (www.refugiados.pt) para saber
qual a instituição mais próxima de ti a receber refugiados (está previsto
chegarem os primeiros em Dezembro 2015).
- DOAR
DINHEIRO
Se achas que a melhor maneira de
ajudares é dando dinheiro, deixando a cargo de quem o recebe decidir como o
usar, tenta dar a alguém que esteja na linha da frente e em quem confies. As
organizações grandes têm recebido muitos donativos mas a burocracia impede-os
de tomarem decisões rápidas sobre onde o dinheiro deve ser aplicado. Voluntários
independentes com dinheiro podem decidir, na hora, como ajudar.
OVAR,
VAMOS AJUDAR?
Ao mesmo tempo que eu estava em Lesbos,
um grupo de amigos e familiares que vivem na minha cidade (Ovar), juntou-se
para também eles fazerem a diferença. Organizaram um mega evento de
solidariedade para com os refugiados e angariaram €5 000. Esse dinheiro vai ser
aplicado em dois projectos: enviar-me de novo para Lesos e criar mochilas para
serem distribuidas. Conteúdo: gorros, cachecóis, luvas, capas para a chuva,
escova dos dentes, pasta, kit de barbear, etc. Cada mochila tem um custo de 5€.
Se quiseres ajudar neste projecto, procura por nós no Facebook e entra em
contacto.
Sara Almeida
Esta é uma compilação de opiniões
pessoais e não refletem o ponto de mais ninguém.
Com excepção do projecto “Ovar,
vamos ajudar?”, não estou afiliada a nenhum projecto ou site acima mencionado e
por isso não posso aceitar nenhuma responsabilidade pelos mesmos.
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