Sinto que cheguei ao auge da minha carreira. Recebi um pedido muito especial, para ser entrevistada pelo meu irmão, Manu. Que orgulho! Deixo aqui o resultado da nossa conversa.
Sara Almeida é uma paramédica em Cambridge (Reino Unido).
Sara tirou o curso de design de produto, mas aos 22 anos largou o
emprego que tinha na Nova Zelândia, como designer e foi para um
campo de refugiados na Grécia com uma equipa médica, onde
esteve a trabalhar durante 2 anos.
Enquanto Sara estava lá percebeu que era isto que queria fazer,
por essa razão foi para Cambridge onde encontrou o emprego
perfeito para ela (paramédica).
O tema que tivemos na nossa entrevista foi o impacto que o covid-19 teve no seu dia de trabalho.
Como acha que os hospitais estão
a lidar com a situação do covid-19?
Tem sido difícil lidar com a
quantidade de pacientes que
precisam de ser atendidos no
hospital. Um dos maiores
problemas é o número de
trabalhadores infetados com o
covid-19, o que reduz a
capacidade do hospital e aumenta o tempo
de espera. Todos os profissionais
de saúde estão a dar o seu melhor para poder atender os
pacientes que precisam deles.
De que maneira pensa que o covid-19 está a afetar os
profissionais de saúde?
Tanto eu como os meus colegas sentimos o cansaço acumulado
do último ano. É difícil para nós ver os pacientes sofrer pela
demora no tempo de atendimento e estarem afastados dos seus
familiares numa altura em que precisam tanto deles. Sinto que
estamos todos a precisar de uma grande festa para recarregar
baterias (risos).
Acha que as regras impostas pelo governo são suficientes para
manter as pessoas seguras nos espaços públicos?
O governo recomenda que pratique o distanciamento social, uso
de máscaras e a higiene das mãos. Se todos seguíssemos essas
regras acredito que conseguíssemos reduzir o número de casos. A
única maneira 100% efetiva de parar a transmissão do covid-19 é
o isolamento total. No entanto, a longo prazo, o efeito que teria
na economia e saúde mental seria desastroso.
Que cuidados tem depois do trabalho para prevenir levar o vírus
consigo?
Quando acabo o meu turno ponho o meu uniforme num saco de
pano que levo para casa e ponho na máquina de lavar assim que
chego. Tenho cuidado para lavar as mãos e a cara regularmente,
mas entendo que existe sempre a possibilidade de transportar o
mesmo sem saber.
Entrevista, redação e edição por Manuel Almeida 28/12/2020
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